Prezados Leitores,
De repente este nosso espaço completa seu primeiro ano. A ideia dele começou a ser gestada bem antes, quando nas minhas diversas aulas fazia comentários sobre cenas de filmes e novelas e, alguns alunos atentos aos fios que ia puxando, diziam que devia escrever sobre aquilo. Com a chegada do Facebook, com todas as suas dores e delícias, passei a fazer alguns registros desses comentários. Mais uma vez os alunos e alguns amigos, agora centenas deles reencontrados virtualmente e ainda atentos à fala da professora, alimentaram a idéia do Blog. Veio a coragem e com a ajuda de Lydia Aninger, uma dessas ex-alunas inesquecíveis, hoje Relações Públicas versada nas redes sociais, botamos o menino para nascer.
O nome desse espaço de conversa para quem aprecia boas narrativas, ENTRETELAS, tem três significados para mim. O primeiro é o mais óbvio, o diálogo entre as telas (novelas, , séries e desenhos) e os textos da literatura e da cultura. Já o segundo, remete ao verbo entreter, divertir, dar prazer. Já o terceiro, aquele que guardo no coração, e até então só foi captado pelo meu caro ex-aluno e amigo Paulo Fabrício (hábil leitor das artes), vem daquele tecido grosso, usado pelas costureiras, para dar sustentação aos tecidos ralos. Esse é o mais especial, porque costumo ouvir muito por aí que novelas e afins são banais, repetitivas, alienantes, ou seja, tecidos ralos, e algumas são mesmo (há joio e trigo em tudo).
Daí a minha intenção de engrossar um pouco esse tecido (da mesma raiz latina de texto), alinhavando alguns fios mais grossos sob e sobre eles. Para falar como professora de literatura, esse é um espaço para dar voz à intertextualidade nas suas mais diversas potencialidades, como propôs Kristeva, "todo texto é um mosaico de citações", cabe ao leitor percebê-las ou não de acordo com o seu próprio repertório.
Não tenho periodicidade fixa de postagem ou obrigações nenhuma com ele (ver segundo significado). Depois de um ano, começo a perceber que tenho vontade de escrever quando uma cena, um capítulo ou um filme é tão bom e cheio de significados e citações, que minha mão coça para comentar o que notei e a mente animada pensa no título. Aí já viu... É correr para essa tela aqui para a inspiração não fugir.
Como com os filhos quando fazem aniversário, suas mães pensam na comemoração. Esse texto aqui é como o bolo da festa, os docinhos virão já já. Como boa mãe, tenho que contar algumas artes da criança. Já temos leitores em mais 9 países além do Brasil, e que susto não levei ao ver Ucrânia, Índia e Turquia dentre eles (coisas de mãe). As primeiras postagens ficavam na marca dos 100 ou 200 leitores, daí foram crescendo e a última sobre Velho Chico (novela boa arretada! A mão coça muito!) chegou à casa dos 1000. Chega disso, porque toda mãe é um pouco exibida. Perdão, não posso esquecer dos comentários de tantos leitores conhecidos, desconhecidos e anônimos que respondo com alegria e que aumenta o desejo de continuar tecendo e do relato de alguns descrentes que contam que começaram a dar uma chance às tramas depois de ler essas minhas impressões.
Servido o bolo, é a hora esperada dos docinhos, aqueles apetitosos que ficam ao seu redor na mesa principal da festa e esperamos ansiosos por eles e queremos levar conosco para o dia seguinte. Como aqui o cardápio principal são cenas arrebatadoras. Eis nosso banquete, algumas imagens que marcam aleatoriamente minha memória e meus gostos (alguns estranhos)! Sirvam-se sem moderação. Saúde e vida longa ao Entretelas e aos seus leitores e que nunca nos falte motivação para tecer o profícuo diálogo entre as telas!
Entretendo-nos e reforçando os fios encantados da ficção. E os convido para preencher esses espaços vazios com suas escolhas afetivas, serão os presentes da festa...Vale Tudo!
Entretendo-nos e reforçando os fios encantados da ficção. E os convido para preencher esses espaços vazios com suas escolhas afetivas, serão os presentes da festa...Vale Tudo!