Babilônia e
a opção pelas sutilezas do afeto...
A Oldack
A Oldack
Essa
penúltima semana de Babilônia destacou-se por cenas de imensa afetividade,
despertando nossas emoções e possibilidades de catarse provocada pela ficção. Vamos
a elas:
Cena
1: Karen fazendo um bolo de chocolate e cobrindo com deliciosa calda para
receber Júlia, sua enteada, antes detestada e maltratada por ela e por sua
filha. Ela transferia para a criança o ódio pela traição do marido. O pedido de
perdão, materializado em forma de bolo, simboliza a união dos irmãos. E essa
mãe arrependida tem uma linda conversa com a filha sobre seus erros e, a menina,
antes resistente, cede lugar no sofá e em sua vida para a amorosa irmã que sela
a nova família com o beijo na antes madrasta má, agora redimida pelo poder do
perdão...
Cena
2: Sérgio acompanha Ivan na fisioterapia e para quebrar sua resistência e
revolta entra na piscina com ele, como fazemos com as crianças para
ensinar-lhes com nossa companhia que transmite segurança e apoio...Cena de
extremo amor. Amor em forma de cuidados, amor em forma de insistência, amor em
forma de puro amor, quando as adversidades se impõem e só resta mesmo estar ali
para o que der e vier...Quando os planos mudam, quando o sexo esmaece, quando basta estar por perto.. E sai
empurrando a cadeira do companheiro sob um lindo por do sol...
Cena 3: Wolney mais uma vez poderia ter
cometido um crime e quando tudo levava a crer na sua culpa pelo sumiço do
dinheiro no caixa do restaurante, somos surpreendidos pela sua regeneração,
quase heroica...Todas as pistas eram falsas, o pen-drive, o roubo, o tênis novo,
esse último, surpresa genial, presente do irmão caçula, que entra iluminando a
cena com a sua inocência linda de criança...Vitória da fraternidade e da crença
na mudança do ser humano...o lodo não tragou o lírio...
Cena
4: Rafael burla a segurança do hospital para passar a noite ao lado de Lais na
UTI, em coma provocado pela leviandade de sua família, e pela manhã ganha a
cumplicidade do médico tocado pela devoção do rapaz. Velar o sono profundo de
um coma, amor sem reservas...
Cena
5: Sérgio entra transtornado no apartamento para dar a notícia da morte de
Carlos Alberto para Fred. O badboy
desesperado, dilacerado pela perda, busca o abrigo nos braços do tio que ele
passou a desprezar pela sua homofobia doentia...a cena dá indícios que sua redenção
também virá, assim como a de Karen e Wolney...
Além dessas cenas de extrema sensibilidade, a semana também nos rendeu
algumas gargalhadas com a entrevista de Norberto na TV, com a participação
especial de Clóvis e Walesca, trio que ao que tudo indica, formará um tórrido triângulo
amoroso, pura luxúria e gula. A trama central continua sem frescor, Beatriz, agora é serial killer, livrando-se de todos que atrapalham seu
caminho. Como boa narrativa maniqueísta que é, Inês também merece alguma
punição...Sua “sede de justiça” também a arruinou moralmente. Aguardemos a
última semana, já com vontade de pular para A regra do jogo e suas chamadas
instigantes....é o jogo da ficção que nos chama para mais uma partida...
Boa seleção de cenas, Alana!! A de Sérgio e Ivan (e todas as últimas deles, desde o acidente de Ivan) me tocou bastante. O amor se revela de várias formas e aspectos e o amor do casal mostra ser forte nesse momento de dor, mostra ser daqueles dos quais não se desiste fácil!
ResponderExcluirFabíola, o amor dos dois tem se revelado um dos pontos altos da trama. Ontem, o casamento simbólico com o juramento na saúde e na doença, quando a doença já existe, foi tocante...
ExcluirPerfeita análise, Alana. Como é bom ter uma Doutora em Literatura , assistindo e comentando novelas. Retira, assim , o preconceito contra os folhetins. Ainda bem.
ResponderExcluirAbaixo aos preconceitos contra as novelas, elas são uma importante forma de reflexão sobre a vida e suas múltiplas faces...
ExcluirEl Fahl,
ResponderExcluirsinto-me deveras feliz por seu texto dedicado à minha pessoa. Dizer o quê? Tudo dito, ou melhor, escrito aqui, seria pouco, agora. Mas... creia que as possibilidades me movem.
Sim...mutatis mutandes...semelhantes se atraem..
ExcluirAlana querida, parabéns e obrigada pelas palavras... Eu também me senti tocada e fiquei emocionada com a penúltima semana de Babilônia, rica em cenas de afetividade, cenas essas tão bem descritas por você..
ResponderExcluirLeitores sensíveis e críticos como vc. me honram...
ExcluirAinda te conquisto para a beleza do gênero...
ResponderExcluirInteressante é que esta semana lembrei de você justamente porque estava sentindo falta dos seus textos. Muito boa sua análise Alana, realmente temos aqui cenas que merecem nossa reflexão exatamente porque fazem parte de um cotidiano real.
ResponderExcluirObrigada, continuemos nosso diálogo sobre esse significativo meio de reflexão.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
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